História, praias, cultura e fatos que tornam esse paraíso um dos destinos mais apaixonantes do Brasil.
Hoje Búzios completa 30 anos de emancipação e, nesta data especial, celebramos tudo o que torna esse pedacinho da Região dos Lagos tão único: sua natureza exuberante, sua energia cosmopolita e o charme inconfundível desse povo que conquista visitantes do mundo todo.
E para entrar no clima da comemoração, reunimos 30 curiosidades sobre Búzios para você se apaixonar ainda mais por esse destino inesquecível.
Búzios e sua História
- Os povos originários
Antes de se tornar destino turístico internacional, Búzios era lar dos Tupinambás, povo indígena que vivia na região há mais de 2.500 anos. Viviam da caça, da pesca e do cultivo de mandioca e milho, e conheciam profundamente os ciclos do mar e da natureza. A presença indígena deixou marcas que atravessam séculos e continuam vivas na cultura local.
- Contrabando de pau-brasil na Praia das Caravelas
Durante o período colonial, a Praia das Caravelas foi ponto estratégico para o tráfico ilegal de pau-brasil. Embarcações francesas extraíam a madeira nobre com o apoio de indígenas e jesuítas.
- O óleo de baleia que iluminava o Rio
No século XVIII, Búzios abrigava uma armação baleeira. Era ali que se extraía o óleo das baleias, utilizado para iluminar as ruas do Rio de Janeiro. A Praia da Armação carrega até hoje essa herança no nome.
- Por que Armação dos Búzios?
“Armação” refere-se à estrutura usada para caça de baleias. Já “búzios” vem dos moluscos que abundavam na costa. Algumas tribos africanas usavam como adornos e moedas de troca, causando encanto aos escravizados que aqui chegavam. A cidade ficou oficialmente conhecida como Armação dos Búzios, mas carrega o apelido carinhoso de Búzios, como é conhecida mundialmente.
- Quem foi José Gonçalves?
A praia de José Gonçalves leva o nome de um traficante de escravizados que atuou na região mesmo após a proibição do tráfico. Um passado duro, que não deve ser esquecido.
- A Casa do Sino

Na Orla Bardot, a Casa do Sino é uma antiga senzala que hoje integra o Hotel Atlântico Búzios. Ali, pessoas escravizadas eram recebidas e enviadas para fazendas da região. Preservada como memória viva, a construção do século XIX é um importante ponto turístico e histórico.
- O destino dos escravizados
Muitas das pessoas escravizadas que desembarcavam em Búzios eram encaminhadas para fazendas como a de Campos Novos, em Cabo Frio, onde eram distribuídas para fazendas de todo o país. Esse sistema perdurou até a expulsão dos jesuítas em 1759.
- Praia dos Ossos

Durante a atividade baleeira, os ossos dos animais eram descartados na areia da atual Praia dos Ossos. Hoje, o
cenário bucólico e os barcos ancorados contrastam com esse passado sombrio.
Legado de resistência e identidade
- Herança indígena
Búzios tem nomes de origem tupi-guarani. Geribá, e Tucuns, por exemplo, são herança dos nossos ancestrais e de sua conexão com a natureza e com o território.
- Quilombos de resistência
Após o fim do tráfico, grupos de pessoas escravizadas fugidas ou libertas fundaram os quilombos, como os da Rasa e da Bahia Formosa. Essas comunidades resistem até hoje, com forte identidade cultural e laços comunitários.
- A mistura com a cultura caiçara
A convivência entre quilombolas e pescadores formou a base da cultura caiçara em Búzios. As festas comunitárias, a culinária com peixe escalado e as casas de farinha refletem essa fusão de saberes e modos de vida.
- O papel das mulheres buzianas
Enquanto os homens pescavam em alto-mar, as mulheres sustentavam a vida comunitária: cuidavam das casas, das crianças e das pequenas roças. A rede de apoio entre vizinhas criou laços de amizade e pertencimento que ainda são fortes hoje.
- Memórias de infância entre poços e pitangueiras
As crianças colhiam frutas nas matas e brincavam soltas na natureza enquanto acompanhavam as mães até os poços localizados em determinados pontos da aldeia para buscar água e lavar roupa. Uma rotina dura, mas cheia de memórias afetivas.
- O “buzianês”
Moradores mais antigos de Búzios têm um sotaque único. Trocam o “nh” por “ni”, dizendo “banieiro” no lugar de “banheiro”, “Manguinios” em vez de “Manguinhos”, por exemplo. Um traço afetivo e identitário que resiste ao tempo e encanta os visitantes.
- Centro, não: “Mangue”!
Antes de ser o Centro como conhecemos hoje, os moradores se referiam à área como “Mangue”. O nome ainda é usado pelos mais tradicionais e pela torcida Fúria do Mangue, do time da SEB (Sociedade Esportiva de Búzios).
Lugares, lendas e histórias que formaram Búzios
- A falha geológica da Ponta do Pai Vitório

A Ponta do Pai Vitório é um dos pontos geológicos mais curiosos do Brasil. A falha ali existente coloca lado a lado rochas de eras diferentes — de milhões e bilhões de anos. O nome vem de um sobrevivente de naufrágio na Praia Rasa, Pai Vitório, conhecido por acender luzes no costão para evitar novos acidentes.
- O raro Mangue de Pedra

Entre a Praia da Gorda e a Ponta do Pai Vitório, está o Mangue de Pedra. Um ecossistema raríssimo, com apenas mais dois semelhantes no mundo (em Pernambuco e no Japão). Ele funciona como berçário natural de diversas espécies e é protegido por leis ambientais.
- Ilha Feia: um nome que não faz jus a tantas belezas

Foto: Rubens Lopes
Segundo a lenda, um raio atingiu sua vegetação antiga, deixando parte da ilha ‘feia’. Mas na verdade, sua forma resulta de uma falha tectônica ocorrida há cerca de 520 milhões de anos durante a separação do antigo supercontinente Gondwana.
- A padroeira dos pescadores

Sant’Anna é a padroeira de Búzios. Diz a lenda que sua imagem foi encontrada no mar da Praia dos Ossos trazendo pescas fartas e que, durante a construção da capela, ela se virava sozinha para o oceano — o que definiu a orientação da entrada da igreja.
A virada turística
- Brigitte Bardot: o divisor de águas
A visita da atriz Brigitte Bardot em 1964 mudou a história da cidade. Sua presença atraiu os olhares do mundo e posicionou Búzios como destino internacional. A estátua da musa na Orla Bardot eterniza essa transformação.
- De distrito a cidade emancipada
Até 1995, Búzios era distrito de Cabo Frio. A independência foi conquistada após dois plebiscitos, graças à mobilização popular. Em 12 de novembro de 1995, nascia o município de Armação dos Búzios.
- O criador do “estilo Búzios”
Octávio Raja Gabaglia criou as diretrizes do estilo buziano: construções baixas, rústicas, com influência dos casebres de pescadores. Seu blefe sobre uma lei de limite de altura das casas se espalhou entre os moradores, o que salvou o visual da cidade, que segue encantador até hoje.
Búzios hoje: reconhecimento nacional e internacional
- Búzios no cinema e na TV
Cenário de filmes como À Deriva e Muita Calma Nessa Hora, e novelas como Viver a Vida, Sol Nascente e Cara & Coroa, Búzios já apareceu diversas vezes na telinha e telonas — sempre como símbolo de beleza e liberdade.
- Praias com selo Bandeira Azul
Forno, Azeda, Tucuns e José Gonçalves são praias certificadas com o selo internacional Bandeira Azul, que reconhece excelência ambiental, segurança e infraestrutura de qualidade.
- Orla Bardot: um dos lugares mais fotografados do Rio
Segundo o Google Maps, a Orla Bardot é o 5º local mais fotografado do estado. O charme dos paralelepípedos, das pedras, dos barcos coloridos e da estátua de Bardot encanta turistas do mundo todo.
- Turismo que vem do mar
Em janeiro de 2025, foi registrado o número recorde de transatlânticos em Búzios: 24 navios em um único mês. A temporada 2025–2026 promete 91 escalas, confirmando a cidade como uma das favoritas entre turistas de cruzeiro.
Quem conhece, sabe
- Mais de 20 praias para todos os estilos
Com mais de 20 praias, Búzios agrada a todos: famílias, surfistas, casais, aventureiros. É possível visitar uma nova praia a cada dia e sempre se surpreender.
- A praia de areia rosa

A Praia do Forno tem areia rosa por conta do mineral granada, presente nas rochas ao redor. É uma das praias mais exóticas da península, perfeita para fotos e contemplação.
- O amor dos hermanos por Búzios
Desde os anos 70, os argentinos fazem parte da história de Búzios. Muitos abriram negócios, fixaram residência e influenciaram na cultura e gastronomia local. É comum ouvir espanhol e outros idiomas nas ruas e estabelecimentos da cidade.
30. Semáforos? Não aqui!
Em Búzios, o trânsito flui com placas, faixas e auxílio de Guardas Municipais. A cidade não possui semáforos.
Curtiu?
Cada curiosidade carrega um pouco da alma buziana e conhecer esses detalhes transforma sua visita em uma experiência cheia de significado.
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Até breve em Búzios!
Fontes:
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Prefeitura de Armação dos Búzios – cultura.buzios.rj.gov.br
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Geoparque Costões e Lagunas – geoparquecostoeselagunas.com/armacao-dos-buzios
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Visit Búzios – visitbuzios.com.br
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Visite o Brasil – visiteobrasil.com.br
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Livro: Búzios – Brasil Inesquecível, 1ª edição, 2015
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Tese: Quilombo de Caveira, de Luciana Célia da Silva Costa, 2016
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